Tiradentes (12/11/1746-21/041792) foi o líder da
Inconfidência Mineira, primeiro movimento de tentativa de libertação colonial
do Brasil. Ganhou a vida de diferentes maneiras, além de militar no posto de
Alferes, foi tropeiro, minerador, comerciante e se dedicou também às práticas
farmacêuticas e ao exercício da profissão de dentista, o que lhe valeu o
apelido de Tiradentes. Joaquim José da Silva Xavier (Tiradentes), embora não
tenha sido o idealizador do movimento, teve papel importante na propagação das
ideias revolucionárias junto ao povo, tentando com isso arregimentar adeptos.
Foi traído pelo Coronel Joaquim Silvério dos Reis, foi preso no Rio de Janeiro
e condenado à morte por enforcamento no dia 21 de abril de 1792. Seu corpo foi
esquartejado e exposto pelas ruas de Minas Gerais. O dia 21 de abril é feriado
nacional.
Tiradentes (1746-1792) nasceu na Fazenda do
Pombal, localizada entre a Vila de São José, hoje a cidade de Tiradentes, e a
cidade de São João del Rei em Minas Gerais. Era filho do português Domingos da
Silva Santos, pequeno fazendeiro, e da brasileira Maria Antônia da Encarnação
Xavier. Joaquim José da Silva Xavier era o quarto filho de sete irmãos. Ficou
órfão de mãe com nove anos e dois anos depois morre seu pai. Para pagar as
dívidas, a família perde a propriedade e Tiradentes fica sob a tutela de um
padrinho, que era cirurgião e vivia na cidade de Vila Rica, hoje Ouro Preto.
Tiradentes trabalhou como mascate e minerador e
tornou-se sócio de uma botica de assistência à pobreza na ponte do Rosário, em
Vila Rica, e se dedicou também às práticas farmacêuticas e ao exercício da
profissão de dentista, o que lhe valeu o apelido de Tiradentes. Foi Alferes,
fazia parte do regimento militar dos Dragões de Minas Gerais.
Tiradentes começou a sentir a pressão do reino ao
trabalhar, nomeado pela Rainha D. Maria I, como comandante da patrulha na rota
de escoamento da produção mineradora, o chamado "Caminho Novo" que
levava toda a produção mineira para o porto do Rio de Janeiro. Portugal exigia
que grandes recursos humanos fossem aplicados exclusivamente na mineração,
proibindo o estabelecimento de engenhos na região de Minas e punindo o contrabando
de ouro e pedras preciosas. Não só os mineiros mas toda a população era
obrigada a pagar elevados impostos, o que promovia o descontentamento geral.
Organizou-se aos poucos a Inconfidência Mineira,
primeiro movimento de tentativa de libertação colonial do Brasil, e a ele
aderiu o Alferes Joaquim José da Silva Xavier o Tiradentes, que foi a alma do
movimento. Os conspiradores eram na maioria grandes proprietários de terra e
mineradores como também integrantes do clero. Tiradentes era um dos poucos pertencentes
à classe média empobrecida. As atividades conspiratórias tornaram-se intensas,
a partir de 1788, com a chegada do novo governador de Minas Gerais, Luís
Antônio Furtado de Mendonça o Visconde de Barbacena, trazendo a incumbência de
decretar a derrama, ou seja, a cobrança de todos os impostos atrasados.
Tiradentes em viagem ao Rio de janeiro procurava
conquistar novos adeptos à causa revolucionária. Um dos elementos que ele
procurou convencer foi o coronel Joaquim Silvério dos Reis que devia grandes
somas à Coroa, mas com medo, o coronel resolveu denunciá-lo ao governador em
troca do perdão de suas dívidas. Era março de 1789, o governador suspendeu a
derrama e logo depois várias prisões foram realizadas em Minas Gerais.
Tiradentes escondeu-se na casa de um amigo no Rio de Janeiro, mas foi preso no
dia 10 de maio do mesmo ano.
Depois da prisão de 34 pessoas, das quais cinco
eram padres, iniciou-se a investigação e o processo dos acusados que deveria
durar dois anos. O conspirador Cláudio Manuel da Costa que era de família
enriquecida na mineração, que havia estudado em Coimbra e foi alto funcionário
da administração colonial, foi encontrado enforcado na cela. Tiradentes,
acusado como cabeça do movimento negou tudo, mas depois confessou, sem no entanto,
acusar qualquer companheiro como comprovam as atas do processo.
Em abril de 1792, os inconfidentes recebiam suas
penas: onze condenações à morte, cinco a degredo perpétuo e várias condenações
à prisão. Todos perderam os seus bens. Das condenações à morte só foi mantida a
de Tiradentes, sendo as demais transformadas em degredo perpétuo por D. Maria
I.
Tiradentes morreu no dia 21 de abril de 1792,
executado na Praça da Lampadosa no Rio de Janeiro. Seu corpo foi esquartejado,
ficando sua cabeça exposta em Vila Rica e seus membros espalhados em postes no
caminho entre Minas e Rio de Janeiro
FONTE – SITE BIOGRAFIA